sábado, 14 de março de 2020

Ego Conflitante



Encontro e desencontro. A vida e o seu fluxo que nos leva algum lugar... Que a vida escolhe? Ou escolhemos? Ou ela apenas leva e lidamos com as consequências? Sentimentos felizes ou doloridos? A vida escolhe ou escolhemos? Perguntas e sentimentos... Dúvidas e sentimentos... Certezas e sentimentos... Perguntas, dúvidas ou certezas? Única constância nesse turbilhão de vida são sentimentos.

Sentir, interpretar a vida que nos pulsa e impulsa... Nos leva a nossa visão de vida... Será que cada um sente diferente a mesma vida? Ou a vida é diferente para cada sentimento? Criamos nossa verdade a partir do que sentimos ou aprendemos? Será que por isso a relatividade da verdade é diferente para cada olhar?

Buscamos entendimento para cada movimento da vida ou a vida acontece conforme entendemos? Buscar nossos sonhos ou fazer parte do sonho dos outros? Ou podemos viver todos um único sonho? Dizem que para viver basta estar vivo... mas quando estamos vivos? No simples ato de respirar ou quando buscamos nossa realização?

O que fazemos para ter uma vida com sentido? Buscamos fazer escolhas que vão em direção ao que acreditamos? Ou acreditamos conforme as nossas escolhas? Essa dualidade que existe na vida é onde encontramos a dúvida? Ou a dúvida é onde encontramos conforto? Por que buscar a certeza é tão cansativa e improdutiva?

Viver é uma forma de realizar ou realizar foi uma forma de vivermos? Por que a vida só respirando não é uma forma de realização? Por que buscamos mais e mais até não sabermos quem somos? Por que perdemos o sabor da conquista depois que conquistamos? Por que quando achamos que estamos completos é quando mais temos faltas?

Por que o tempo relativiza conforme a vida a próxima ou afasta nossos desejos? Por que a ansiedade de chegarmos ao resultado se ainda não demos o primeiro passo? Por que não aceitar a incerteza de cada passo e escolha... Por que não aceitar o erro como uma forma de aprendizado e não como uma declaração de incapacidade?

Expectativas que se realizam e se desfazem diante dos nossos olhos e mesmo assim buscamos novas expectativas e abandonamos outras... Será que todo mundo pensa assim ou só eu?  


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Viva a sua vida apenas...



Eu continuo usando as mesmas palavras, mas os sentimentos são outros. Se você ainda entende minhas palavras com significado de outrora é capaz de não entender a minha nova visão. A minha capacidade de ver o que está a minha frente, a minha capacidade de analisar os fatos e assim decidir. Hoje, o que eu busco é trilhar um caminho que eu me sinta valorizado, não pelas pessoas em geral, mas por mim mesmo.

Estou buscando estabelecer meu caminho, sem me sabotar, sem desviar da rota que eu quero seguir. Culpas, remorsos, dores, mil motivos me levam atracar neste ponto. Por mais cômodo, que seja aqui não é onde quero chegar. Quero mais, muito mais. Posso mais, muito mais! A responsabilidade de seguir em frente não é maior do que me manter aqui... Mas os riscos e exposições são outras...

Não quero ficar esperando os novos desafios. Quero criá-los. Aceitar o meu poder de realização. Que as ações não dependem das consequencias e sim do nosso desejo. Mais esperando sempre por elas. Afinal todo ato tem a sua. Mas é um preço justo para quem aceita as suas escolhas.

Egoísmo é manipular os outros para atenderem seus desejos. É achar que todo mundo é inferior a você. O que coloco aqui é justamente o contrário, é se colocar no mesmo patamar dos outros, onde seus desejos, sonhos e ideais compartilham o mesmo patamar. Onde você pode colocar seus sentimentos em relevância. Aceitar que você tem o direito de usar o não.

Libertar de amarras e pressões exteriores sem preocupações descabidas como o desafeto e o desamor. As pessoas que realmente se importam com você te aceitaram como você realmente é. Com seus erros e falhas. Com seus acertos e méritos.

O amor não é conquistado pela conquista e sim pela apreciação da verdadeira natureza da pessoa. Cansamos de ver pessoas que querem transformar as pessoas naquilo que elas acham ideal. É aí que se começa a desilusão. Na fantasia que a pessoa amada é o que queremos que elas sejam.

Para que se engessar quando se busca se libertar? Por que continua se colocando no final do fila? Suas prioridades são somente suas, suas escolhas dependem apenas do seu querer. Quem tenta agradar a todos acaba não agradando ninguém, inclusive a si próprio.

Se liberte... Se rebele... Se jogue... Faça a sua vida o que bem entender! Ela é sua! Claro, consciente sempre das suas escolhas e pronto para arcar com as suas consequencias. Viva a sua história a partir de você, seja autor e não mero figurante...

Deixe de assistir a sua vida da janela, venha viver o lado de fora. Todas as incertezas podem te levar à um lugar acima das suas expectativas. Mesmo que seus sentimentos sejam descontrolados e inesperados às vezes o melhor é se entregar ao acaso e permitir sentir as dores e as maravilhas de se viver.

Já ouvi dizer que perder todas as esperanças é a liberdade. E essa frase me levou a inúmeras indagações e questionamentos. Hoje, a conclusão que mais me faz sentido é que a perda da esperança nos faz aceitar a nossa situação sem acreditar que isso pode mudar. O que não gera frustração.

Mas eu não quero aceitar a minha atual situação, mas também não quero ter esperança em dias melhores, quero ser agente de transformação, mas não do mundo e sim de mim mesmo. Não quero me transformar por completo, quero apenas transformar pontos que me geram certo incomodo e stress.

A minha atual fase tenho buscado o que realmente é essencial para ter uma vida significativa e não cair na ilusão coletiva por produtos secundários da obsessão de um estilo de vida. E um dos pontos importante é parar de ser perfeito e deixar as coisas acontecerem. Não se importar com as opiniões e pensamentos alheios.

Aprender a olhar em volta. Quando a gente fica centrado em alguma coisa deixa de perceber as inúmeras possibilidades que a vida tem a nos oferecer. Sabendo que a vida nos dá essas oportunidades então por que continua a insistir o mesmo caminho desgastado e sofrido? Por que não buscar outra rota?

Ninguém chega atrasado porque a vida não é uma corrida, as possibilidades existem quando se deseja. Faça a sua parte, se não aconteceu. Vire a página e faça uma nova história. Novo enredo, novos personagens, novos rumos e novos sentimentos. Nem melhores ou piores apenas diferentes.
Crie. Faça. Refaça. Recrie. Invente. Reinvente. Quantas vezes você puder, ou melhor, quiser!

Libertar é mudar as suas percepções e com isso ser capaz de entender que a vida é muito maior do que a nossa rotina, nossos deveres e obrigações. Do social, financeiro, familiar, espiritual e pessoal. Muitas vezes queremos ser quem não somos e por mais que insistirmos em nos igualar aos demais percebemos que um esforço inútil porque não deixaremos de ser o que somos.

Viva a sua vida apenas...


domingo, 10 de junho de 2012

Relacionar é...


Já faz um bom tempo que venho pensando sobre o assunto. E como se aproxima o dia dos namorados resolvi deixar impresso todas as minhas ideias sobre relacionamento. Ou melhor ideia não... o meu ideal! O que eu hoje tenho na minha cabeça como concepção do que valeria a pena em um relacionamento.

Calma, não estou aqui afirmando que não acredito mais no amor. Pelo contrário, se eu deixasse de acreditar acho que 90% do que tenho escrito deveria ser descartado. Acredito sim e cada dia percebo que sou ainda mais passional. Prestando cada vez mais atenção aos meus sentimentos.

Sinceramente, vejo muita gente falando que está sozinho por falta do opção. Não no meu caso. Estou sozinho por opção e convicção. Já me relacionei na esperança de não ficar sozinho e descobri que só me sentia mais sozinho. Não entro mais em uma relação, só para não ficar sozinho. Cansei das pessoas que querem uma situação, uma posição ou uma relação por simplesmente estar. 
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Não quero namorar alguém que queira namorar... não importa quem seja. Quero namorar alguém que não se importa em namorar e sim em estar comigo. Onde eu não seja o meio e sim o objetivo. Assim como eu quero namorar não por namorar. Mas por estar com alguém que me faça sentir o prazer da sua companhia, que eu me pegue fazendo planos e sonhos, que faça o meu dia a dia ter um colorido todo diferente, que eu fique ansioso em revê-la, que a saudade me faça querer surpreender... 
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Acredito que o amor é muito mais do que um rótulo, um título. Se eu tivesse feito outras escolhas na minha vida pensando apenas em dar satisfação a sociedade estaria casado e infeliz... Porque não era  a pessoa e nem o momento para isso. Ainda estava me reconstruíndo, aparando minhas arestas e tentando fortalecer o alicerce da minha vida.

Estou destinado a amar, não fujo deste destino. Apenas espero a companheira que compartilhe a ideia que o amor vai além... Alguém que faça meu coração disparar apenas com um olhar, que me apoie nos momentos em que eu me sentir fraco e que me permita estar presente nos bons e mals momentos. Que queira construí uma história em conjunto e não fique ou me faça sombra. Que possamos juntos contemplar os dias, as noites e as estrelas.

Não vou parar de procurar. Só não vou mais me distrair por promessas ou necessidades secundárias. Se for para amar pela metade, fico como estou. Sozinho e feliz. Feliz por me sentir bem na minha própria companhia, sem a necessidade de outras pessoas para me fazer feliz. Não quero que alguém me faça feliz, essa responsabilidade é somente minha. Quero ser feliz com alguém do mesmo jeito que sou sozinho.

Para que ficar com alguém que não quer me ver crescer, prefere me ver estagnado ao seu lado. Hoje, acredito que estar com alguém é apoiar o seu crescimento mesmo que isso faça a pessoa distanciar. Porque amor não é barreira, é liberdade! 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

E se o amanhã nunca chegar?


Talvez seja o fim de um capítulo ou até mesmo de uma história. O que vai ser realmente só o tempo vai mostrar, o que posso dizer no dia de hoje, é que sinto uma profunda angústia. Saber que um amor não vingou ou que apenas eu amei me deixa confuso...

Como um sentimento singular feito o amor pode não ser correspondido? Apesar de saber a resposta, me nego a entender! Talvez porque no momento eu não queira escutar... Quero apenas ser consumido pela angústia do amor não correspondido, dor que penetra e nos deixa apenas perguntas amargas sem respostas... apesar das respostas, nenhuma me serve, nenhuma diminui a dor que se instalou e não quer partir. Será que eu estou gostando tanto da dor assim? Que me permito ser morada?

Se amor é dor que não se sente... e essa dor que eu sinto? É tudo menos amor? Orgulho? Remorso? Tristeza? Que sentimento é esse então? Que tomou a minha razão e me deixa assim? Confuso nos meus pensamentos e perdido nas minhas indagações? De onde vem toda essa emoção que tomou conta do racional me fazendo totalmente passional.

Se sou tão passional por que me conformo? Como consigo me manter comedido diante de tudo que está acontecendo? Preciso de alguma atitude, mas qual agora? Depois de tantas... Mas aposto que deve ter algo que possa ser feito. O que mais me resta? Eu quero demais lutar contra tudo e contra todos mas do que adianta lutar se não tem nada para se conquistar? O que eu quero está distante mesmo perto, não me pertence... Posso roubar, mas será digno? Será autêntico?

Mas não existe dor maior do que ver você partir... estou parado, mas as minhas lágrimas se movimentam e tentam te alcançar. Como se fosse possível uma comunicação além das palavras e que finalmente você possa captar que o que sinto é algo maior do que eu, do que você ou até maior do que nós dois juntos. Esse desespero incessante não passa, à medida que eu tento me conscientizar que eu tenho que aceitar a sua partida mas eu me desespero. Talvez você não seja para mim, mas como vou saber? Conviverei com essa dúvida...

Vá seja feliz mas leve com você meus sonhos e esperanças, não para evitar o meu sofrimento mas porque é tão belo para ser guardado só para mim. Sorria com a mesma intensidade que eu sempre te amei mesmo que não seja por mim porque seu sorriso é tão belo para ser guardado por aí. Sinta com a mesma pureza que eu sinto por você mesmo que não seja por mim porque seu sentir é tão belo para ser guardado aqui.

Eu fico com a dor, a tristeza de um adeus silencioso tão dolorido como uma despedida emocionada. O silêncio que machuca a alma, a falta de uma palavra incomoda mais que o excesso delas... Digo adeus, mesmo que você não me escute... Digo que te amo, mesmo que você não me entenda... Só quero que entenda que eu preciso dizer nem que seja aos quatro ventos para ninguém me ouvir... Amo você, deu para entender?

Os dias se seguirão a este instante, podem me levar para mais longe e mesmo assim estarei aqui. Um pedaço meu sempre estará aqui neste instante sombrio à procura de luz. Mesmo sabendo que não encontrará, esse pedaço vai insistir até quando eu não estiver mais aqui. Porque é natural sair daqui mesmo não querendo... seguir meu caminho, sempre em frente. Mas confesso que neste instante, não consigo tirar meus olhos do retrovisor...

Fantasias acabam, sonhos se desfazem e desejos morrem. Me desfaço em mil pedaços. Questiono meus valores e condeno minhas convicções. Quero sumir. Ir para bem longe. Como se a distancia fosse me distanciar desse meu universo que se encontra em lapso, um desastre à vista. Só sei que preciso me reconstruir, me refazer.

Enquanto me refaço só me resta desejar-lhe minhas sinceras felicidades, mesmo que ela esteja manchada pelas lágrimas que escorrem a minha face tentando tirar a desilusão impregnada na minha alma, sinto o gosto do dissabor, a textura da angústia, o perfume da melancolia e a visão do desamor.

Me permito sentir assim porque amanhã é outro dia! E se o amanhã nunca chegar? Será que o amor que eu lhe dei será suficiente?


domingo, 6 de maio de 2012

Dissabor do amor parte 4



Depois de enviar o último email direto e sem rodeio. Um sentimento me invadiu de ansiedade, passaram se os dias e nenhuma resposta. E cada dia mais a ansiedade me fazia prisioneiro e me machucava enquanto a decepção se fazia presente. O dia perdia a sua cor, o som, o perfume e se tornava cinza em escala de angústia.

Diante desse silêncio, me sentia no direito de sentir a tristeza da ausência. A falta é realmente a pior sensação que se possa ter. A falta, a dúvida pode nos levar a habitar os mais sombrios dos sentimentos. Desespero. Desamor. Dor. Depressão. Não é isso que eu quero. Quero só amar mesmo que distante...

Mas ainda embreagado com nosso último encontro, onde esteve presente aquele brilho no olhar. A frase que não me abandona o pensamento: "Não sei como seria se você tivesse aparecido antes." Seguido de outra também persistente na minha memória quando eu disse das minhas dificuldades vividas: "... mas eu queria ter passado tudo isso com você."

Decidi escrever o último email me desabafando e colocando tudo que estava guardado em mim durante todos esses anos. Anos se passaram e tantas coisas aconteceram, muita vivencia e experiências me trouxeram até aqui. Erros, acertos, frustrações e superações foram ingredientes nessa caminhada. E eu senti necessidade de dizer. 

xxx,

Esepero que esteja tudo bem, estou enviando em anexo uma carta um pouco extensa mas é o que eu tenho para te dizer. Fiquei pensando se deveria enviar, mas quer saber? Por que não? Não se preocupe, depois deste email prometo não mais incomodar. Em relação ao presente, darei um jeito para chegar até você, não é nada demais.

Com carinho,

Lu 

xxx,

Resolvi te escrever este presente e último email no intuito mesmo de aparar algumas arestas que por ventura apareceram desde que resolvi declarar o meu simples e complexo sentimento por você, sei que devo ter causado algum espanto surgindo assim do nada. Mas agora venho colocar a minha decisão: vou me afastar. Não quero ser motivo de angústia e nem de tristeza para você e nem para mim. Saiba que te desejo toda felicidade do mundo e que os brilhos dos seus olhos fiquem ainda mais intensos...

Eu entendo que você não queira responder meu email, sei que não quer me machucar e nem me dar esperança. Não esperava outra coisa de você, sabia que ia acabar procedendo assim. Se fosse numa outra época eu ficaria por aqui, para não lhe causar nenhum inconveniente. Mas alguma coisa mudou naquele garoto que perdia a fala quando te via passar, que ficava vermelho quando você se aproximava...

Eu sei que resolvi me abrir para a vida muito tarde, afinal foram anos evitando sofrimento, perdas e decepções por acreditar que essas eram as minhas únicas opções. Há pouco percebi que essa postura só me fez viver dias sem sabor, sem perfume e sem cor. Também descobri que as minhas escolhas não precisam ser eternas e que eu posso mudá-las quantas vezes eu quiser e quantas vezes forem necessárias, assumindo todas as consequências o que nunca foi difícil para mim. E que não existe ganho sem risco, sem exposição.

Estou ainda me adaptando, ainda me bate uma insegurança, mas estou disposto a viver intensamente tudo o que a vida tem a me oferecer, seja um sorriso ou uma lágrima. O que me importa realmente é que sejam emoções puras e sinceras, pois ando muito impaciente com a falsidade e a aparência. Quero sentir minhas emoções na sua plenitude, como realmente eu sou: não sei amar pela metade, não sei gostar por interesse e muito menos quero esconder o que eu sinto.

Sinceramente quando mandei o primeiro email, eu não sabia que estava comprometida, até imaginava, mas não tinha certeza. Até fiquei meio inseguro quando soube, mas sinceramente é a melhor coisa que já fiz na minha vida. Cansei de ficar com meus sentimentos guardados, ainda mais no seu caso que é algo que eu tenho tanto orgulho de sentir, que eu gritaria fácil para todo mundo ouvir. Consegue imaginar isso? Nem eu... rs... Mas seria capaz...
 
Acredito que ao expor meus profundos sentimentos, me causou uma avalanche emocional. Afinal, fui de encontro aos meus ideais e sonhos, ideologias e fantasias que formavam a concepção de um amor ideal... Que logo abandonei assim que vivenciei algumas experiências. E de repente me encontro frente a frente com o meu maior sonho. Abro parênteses para te dizer que sim você é o meu maior sonho e sempre te quis ao meu lado. Agora fecho parênteses para voltar ao que estava dizendo... O que era mesmo? Hum... Sonhos! Então imagina o impacto desse reencontro para mim?

Eu já te perdi uma vez... Sem ao menos reclamar. E agora não posso te ter, mas pelo menos está explícito tudo o que eu sinto, o meu coração está aberto. Estive pensando muito em felicidade e hoje tenho ainda mais certeza que ser feliz é estar sendo coerente com o que eu quero, e eu não quero ser refém de escolhas que eu nem fiz. Mesmo atrasado, estou fazendo diferente daquele tempo em que eu me silenciava e guardava meus sentimentos somente para mim...

Eu vivia tão fechado nas minhas perdas e nas perdas das pessoas que eu amo que não conseguia ver outra coisa. Ver até eu via, mas me sentia tão distante. Minha realidade era aquela triste e fria, sem esperança e até descrente de Deus. Tinha tanta raiva, que eu sempre questionava... Por que eu? Naquela época tudo que eu mais queria era trocar a minha vida pela vida dos que partiram, mas nem isso eu consegui. Frustração.

Era difícil ver a vida desabar, não bastava à dor da ausência e eu ainda tinha que lidar com a dificuldade financeira e até com a falta das coisas. O pouco que tínhamos era investido na nossa educação e nesse momento descobri que algumas coisas acontecem no peito e na raça. Conheci também falsas e interesseiras amizades, pessoas que diziam se importar e nunca apareceram ou até pior... As que apareceram só para tirar algum proveito. Diante de tudo isso, como eu poderia olhar as outras possibilidades que a vida nos dá? Como deixar o meu amor ressaltar toda dor, tristeza, decepção, frustração e raiva que eu sentia? Eu só me fechava cada vez mais. Quantas vezes eu tive vontade de abandonar tudo?

Perdi a minha inocência, de acreditar que todas as pessoas são boas. Descobri que a minha maior frustração era acreditar nisso. Atualmente não espero nada de ninguém, mas também de certa forma me isolei com minhas angústias e receios... Afinal, em quem confiar? Não me restou nada mais do que dúvidas e incertezas nas relações humanas principalmente afetivas.

Nessa época também conheci amizade sincera. Poucas é verdade, mas que estiveram do meu lado nos momentos mais sombrios e nos mais alegres. Amizades que serei eternamente leal... Mesmo as amizades se afastando, me decepcionando, ou até sendo decepcionadas por mim. Mesmo discordando em alguns aspectos e interesses. Somos unidos por laços invisíveis, porém firmes de companheirismo. Podemos ficar tempos sem nos falar, mas sei que posso contar sempre que precisar e eles sabem que podem contar comigo. Mesmo estando algumas vezes insatisfeito e chateado com essa distancia, tenho que respeitar.

Continua...

Dissabor do amor parte 4


 
Eu só quero que você me entenda. Não posso, ou melhor, não quero passar uma borracha em tudo e fingir que não te amo. Eu amo você com tanta intensidade, que me assusta. Mas por um aspecto bom. Ver que ainda sou capaz de amar assim, me mostra que eu estava errado quando decidi que o amor não era para mim. De repente, me abre um novo horizonte... Mais colorido e esperançoso!

Hoje acredito que depois de muita luta consegui reverter muita coisa, superar outras e ainda sei que ainda tenho muito a fazer. Mas posso ser sincero? Trocaria tudo para ter as pessoas que eu amo de volta. Mas infelizmente outra frustração. Então adotei esta frase como motivação para a minha vida: “Se cair 7 vezes, levante-se 8.” Eu espero me levantar muito ainda porque é a certeza que estarei vivendo de acordo com as minhas crenças e ideais.

Voltando ao nosso passado, tem umas imagens sua que nunca sairam da minha cabeça, é provável que você não se lembre, mas me recordo de você no cantinho da janela da casa da sua avó... Naquele momento pensei: como ela é linda! Não sei descrever o que senti, mas meu coração batia num compasso acelerado, sem fim...

Ainda tive outros momentos que me transbordaram de alegria. Primeiro, quando recebi o seu cartão! Eu me recordo bem da euforia que me invadiu ao ler o seu cartão e se compara ao segundo momento quando a sua irmã me deu uma foto sua que até hoje guardo com carinho. 

Eu não falei antes com você porque além da timidez, nunca achei que você se interessaria por mim, então era mais cômodo viver a dúvida e a fantasia. Eu era tão desengonçado, vergonhoso, vivia enfiado num boné e principalmente por não conseguir conversar direito, meus sentimentos eram avassaladores (não muito diferentes de hoje). Para você ver que não mudou muita coisa, mas o pouco que mudou fez uma diferença! rs

Até hoje não consigo entender o que sinto por você. De onde vem toda essa intensidade? Mas como já diz o poeta: “o amor não foi feito para ser entendido e sim para ser sentindo.” Então, vou sentir esse desejo de cuidar de você, de contemplar o seu sorriso e seus olhos, de sentir o seu perfume e a sua pele... Ah! Os seus beijos! Sem falar da minha vontade de estar presente para enxugar suas lágrimas e aplaudir as suas vitórias. Quanto imaginei tudo isso.
 
O amor é um sentimento que acontece independente de nós e das nossas escolhas. Amar é... Difícil definição... Mas eu acredito que não tem nada haver com posse, controle ou até dependência. É justamente o contrário, é desejar bem mesmo quando distante. É aceitar suas escolhas mesmo quando não nos satisfazem. É saber que existem várias diferenças, mas que respeitar é o melhor caminho. É quando uma lágrima rola pela face e conseguimos abrimos um sorriso sincero. É quando um simples gesto se torna algo inesquecível. É ter respostas, mas deixar a pessoa buscar as suas próprias. É dar espaço para que a outra pessoa possa exercer a sua singularidade. É pedir à Deus que dê atenção especial aos pedidos daquela pessoa, mesmo quando não estamos incluídos.

Quando estou no meu momento de orações, de levar meus pedidos e agradecimentos, de conversar com Deus. Não peço a Ele que me traga você (não por falta de vontade), mas peço para que ilumine as suas escolhas para que encontre o seu melhor caminho e desenvolva todo o seu potencial. Para que você viva seus sentimentos na plenitude e na simplicidade do ser feliz.
 
Amar é abrir os olhos e ensinar ao outro a mantê-los abertos também, aceitar a pessoa como ela é. Apesar de que o pensado e o real não se distinguem e nem cabem em palavras: rebrilham nas entrelinhas e florescem no que nunca foi dito! E tento expressar em palavras e entrelinhas esse amor que transborda em mim. Pois o amor também se aprende, cheio de urgências e medos, e mistério, e mil pequenas descobertas sobre o outro e sobre nós mesmo. O amor promove os maiores erros e os melhores acertos.

Estou vivendo um momento no qual optei por viver a minha liberdade de exercer as minhas escolhas... E escolhi buscar e me aproximar das minhas relações afetivas que de alguma forma distanciei, perdi certo contato e que me faziam muita falta. Reaproximar das pessoas que eu gosto e que também gostam de mim, do jeito delas. Sentir-me querido, presente e especial. Amando e sendo amado, tentando estabelecer meus vínculos afetivos, tentando não... Fortalecendo-os! Ouvindo história da minha saudosa infância e das pessoas que estiveram presente nela.

É engraçado como você apareceu neste contexto, de resgate às coisas que me dão alegria e me dão a certeza da minha condição humana. Ser uma pessoa capaz de sentir, de envolver, de compartilhar e claro de amar. Viver é justamente permitir a aproximação e a participação de pessoas e seus sentimentos. Entender a singularidade de cada um e a sua relação com a vida, desta forma entender que as diferenças existem, mas não são empecilhos.

Não acredito no simples acaso, os encontros e desencontros são destinados: algo secreto ou até mesmo sagrado maneja os laços que se atam e desatam até nos mais breves encontros, com seus significados e suas significâncias...

Percebi que não importa a quantidade de tempo e sim a intensidade de como uma pessoa marca a nossa vida. E pensando assim, sou grato a Deus por ter me dado a dádiva de conviver com pessoas que me ensinaram valores que carregarei por toda a minha vida e espero passar à diante. Com a mesma satisfação que aprendi.

Aprendi que tudo na vida é percepção, tudo é relativo... Depende muito de como olhamos; podemos ver sofrimento, mas se olharmos com mais atenção podemos estar diante de uma oportunidade. Encarando a vida com mais naturalidade e simplicidade, o que não quer dizer que não me deparo com situações complexas, escolhas difíceis, dúvidas e ansiedades. O que eu quero dizer é que procuro me orientar pelos meus sentimentos. Hoje tenho convicção que a única coisa que realmente vai ser constante na vida é a mudança. Mudança que em outro momento na minha vida era fonte de receio, dor e ansiedade. Agora se apresenta como uma oportunidade de escrevermos novos capítulos e novas histórias.

Eu estava em um relacionamento que de certa forma estava mais me angustiando, me sentindo péssimo! Percebendo que a forma como as coisas estavam se conduzindo não era bem o que eu almejava. Mas acreditando que as coisas poderiam melhorar e contra os meus sentimentos, insisti. Mas ao invés de me sentir melhor, eu sentia uma insatisfação tomar conta. E percebendo que não eram as emoções que eu gostaria de sentir. Então decidi ir para Piranga e de repente obtive a resposta para a minha dúvida.

Durante um tempo parei com tudo. Desinteressei-me por tudo. Isolei-me de tudo. Sentimentos, emoções, pessoas, lugares, atividades, sensações, estudo, trabalho e até do meu eu. Fui arrastado por um vazio aterrorizante e mesquinho que me devorava lentamente, não sabia se chorava ou se escondia as lágrimas, se gritava ou corria... Só um pensamento persistia: o fim. Fim da vida, da alegria, do amor, da alma, do afeto, do ser, do lugar, do espaço, do tempo...

Descobrir as máscaras! Assim, tive como esconder a minha face marcada por dores, temores, medos, fracassos e tédio. Às vezes, o meu sorriso tinha mais sabor de dor do que de alegria. Queria fugir, mas ficava. Confundia-me, afastava-me, limitava-me a uma existência apenas esporádica... Claro com as máscaras sempre à mão. Única forma que conseguia encarar o espelho e as minhas expectativas de dias melhores... Dias melhores que não chegavam nunca... Uma tempestade que não passava e só me assombrava... O tempo passava, mas do que adiantava? A dor era presente, dilacerante, desconcertante... A saudade pulsava, latejava com tamanha violência que era difícil esconder atrás de máscaras que ficavam cada vez mais superficiais... Sonhos desfeitos... Parei de dizer o que sentia para dizer o que todos queriam ouvir, até o ponto de não dizer mais nada.

Aquele menino sensível e emotivo passou a ser distante e frio, pelo menos aparentemente. Fui lançado para longe da felicidade de ser eu mesmo. E pergunto quem me afastou de mim? Eu mesmo, claro que inconsciente. Mas não adianta mais culpar a vida pelos meus males e tristezas. Por isso, tenho promovido uma revolução na minha vida. Sim assumindo a responsabilidade de ser o que eu sou.

Não queria mais chorar, queria ser forte. Mas a dor não permitia, então fui tentando afastar ela à força... Distraia-me e ela se instalava ainda mais forte. Ao invés de elaborar, permitir a dor. Quis negá-la de todas as formas. Como eu queria ter alguém para dividir os meus anseios e receios. Mas como aceitar alguém se eu achava que não poderia ser feliz? Eu me sabotava, me atrapalhava e me envergonhava...

Nesse deserto que fui habitar, procurei um lugar para me abrigar e me proteger... Encontrei um Oasis que me permitiu cultivar a esperança, o amor próprio e a vontade de viver. Esses Oasis são meus sonhos. Abandonei o deserto, mas não abandonei o Oasis, carrego sempre comigo. Motivando-me quando a vida se fazia dura e difícil, permitindo adoçar a amarga frustração e despertar os meus desejos. Estou falando de sonhos... Então, mais uma vez estou falando de você...

Nunca me dei bem com as críticas, talvez por ser o meu maior crítico! Talvez a minha timidez venha do meu perfeccionismo, do meu jeito extremista, do 8 ou 80. Talvez aí se explica a minha morosidade e o medo de exposição. Buscando sempre o tempo, a forma, a palavra, o jeito certo das coisas... O tempo passa e eu não arrisco porque talvez não seja a hora certa! Sempre protelando e enrolando. Talvez aí as coisas ganhem dimensões maiores do que realmente são, mas é o meu jeito. Assim como foi difícil olhar para o meu lado sombrio, os meus sentimentos negativos como: ciúmes, inveja, raiva, injúria, medo, falsidade, preguiça, luxúria, ressentimentos e principalmente o estopim curto entre outros. Hoje vejo que esses sentimentos são inerentes a todos e tentar acreditar que não faziam parte da minha vida me confundiu ainda mais. Senti-me culpado quando na verdade tinha que buscar o meu equilíbrio para viver uma vida simples, porém significativa. Hoje não dou muita atenção a opinião alheia, aprendi que basta não permitir.

Nesse processo de autoconhecimento percebi que a minha timidez parte da minha vontade de querer controlar meus sentimentos e quando eles florescem escapam do meu controle. Eles transbordam, invadem, desorientam e confundem a minha razão e a minha sensatez. A dualidade e a contradição da vida se fazem presente porque não curto as coisas obrigatórias, feitas de má vontade, cheias de exigências... Assim são as minhas cobranças para comigo mesmo... Conflito! Impasse! Quando sobra espaço para viver a naturalidade da vida, do instinto e da intuição? Quando nos damos o direito de errar e dos insucessos, de nos desculpar, de nos reparar afinal estamos em processo...

Posso dizer que estou gostando mais de mim... Por ter coragem de abrir meu coração, de não sentir vergonha dos meus sentimentos e sem preocupações em demasia. E claro por estar trilhando o meu caminho, consciente dos entraves e pedras existentes, mas com determinação e alegria por ser responsável pela caminhada. A vida me trouxe até aqui, mas agora quero ir além.

Por muito tempo busquei modelos e conceitos prontos para viver melhor, alguma receita que pudesse me ajudar a resolver meus problemas e conflitos. Depois de tanto procurar, encontrei em mim mesmo a solução: na minha subjetividade. Na minha própria visão de mundo e de vida. Nessa procura me sentia perdido no mundo externo, quando a resposta estava no interior, na minha crença e na minha fé. Como temos a mania de insistir em procurar algo onde não perdemos só porque ali está mais claro.

Em busca de sentido para a vida me tornei observador, procurando sempre algum detalhe que pudesse me fazer entender como tudo isso funciona. Atrás de razões e de uma visão racional, entendi que razão perde toda a sua racionalidade quando a emoção entra. Às vezes a razão diz para não irmos mais, porém a emoção nos convence que temos que continuar a qualquer custo. É, por mais razões que eu procure assumo minha postura passional. Mesmo em segredo, as emoções existem...

Sempre tive uma postura conformista, mas não me conformo mais. Não me contento com pouco... Quero mais e mais, sempre! Quero construir algo muito maior do que eu mesmo. Pode ser até pretensão. Mas quero deixar um legado, nem que seja para as pessoas próximas e queridas, não quero deixar a minha vida passar em vão. Quero olhar para trás e ver que a minha história teve todos os elementos de uma grande história, grande talvez não. Mas especial!

Não falo em bens, em material. Até porque aprendi que ser é muito mais importante do que ter. Claro que quero ter, mas não é o mais importante, o mais importante é ser. Quando a gente tem não faltam amigos, o mundo é bacana... Mas é só perder que tudo some! Quero ser alguém que conquistou o meu espaço, que consegui mostrar toda a minha arte e habilidade, que consegui me desenvolver e ser um exemplo de pessoa.

Conheço as minhas limitações, meus defeitos e minhas dificuldades. Sabendo disso, tento melhorar um pouquinho sempre. Buscando novas metas e projetos, sei que um passo de cada vez é melhor do que nunca avançar. Entre erros e acertos, vou construindo a minha história. Aceitando a minha essência e afastando o desejo de perfeição. Não quero ser perfeito, não quero ser o melhor... Quero ser apenas Eu. Hoje percebo que não existe ambição maior!

Despir de todas as máscaras, de todas as armas. Viver a nossa essência, sem defesas ou ataques. Procurar fazer sempre o melhor mesmo que bata a preguiça, a raiva, a ansiedade, a dúvida e o medo. Conhecer nossos sentimentos e emoções que fazem parte da nossa particularidade de vivenciar os nossos dias e ver a vida.

Não quero deixar de ganhar porque não queria perder, ou seja, aceitar a derrota. Ficar na defensiva só me apresentou frustrações e aflições porque quando é a vontade de Deus, não podemos fazer nada além de viver. Ele sabe as razões e a nós temos de lidar com os acontecimentos de forma a nos engrandecer como pessoas, fazendo com que as lágrimas presente fecundem o terreno da vida para colhermos o sorriso de amanhã.

Amanhã posso me arrepender desta carta e até ficar mais sem graça com você. Mas pelo menos sei que vou me arrepender de algo que eu fiz e não de algo que gostaria de ter feito. Não sei se você me entende, mas meu coração precisava dizer, clamar, gritar todos os meus sentimentos por você... Como não deu para fazer tudo isso, então escrevi! Se bem que tudo que está escrito aqui passa a ser um documento, ou seja, torna-se um fato e contra fatos não há argumentos...

Depois de tanto falar, chego a uma conclusão: o seu silêncio me deu a resposta (mesmo não sendo concreta) que eu não queria ouvir. Essa fantasiosa ausência de resposta. Vejo diante de mim um imenso buraco (a falta) que eu não queria e tentei nessa carta amenizar. Esse vazio que tanto me incomoda. Escrevi todas as minhas facetas com nexo ou não... Só queria de alguma forma ocupar, distanciar, amenizar qualquer coisa para não ver a realidade. Acho que me empolguei por querer vivenciar essa paixão e não vi o óbvio. Quer dizer ver eu até vi, mas preferi acreditar na fantasia... Muito mais saborosa e provocante.

Realmente a falta de resposta me incomoda muito porque não tenho certeza se você leu. É estranho, parece que estou falando para o nada. Sim ou não, não me importa. Eu estava em busca de entender os seus sentimentos... Conhecê-los, até mesmo para conhecer a sua essência, as suas particularidades. Ver se temos sentimentos parecidos ou até mesmo contrários. Como sempre afoito, atropelando tudo, querendo abrir um caminho de qualquer jeito. Demorei muito para perceber que eu não tenho o direito de te pedir uma resposta, porque até agora não lhe fiz uma pergunta... Até por ter medo de uma resposta... Porque eu odeio um não... Mas há momentos que temos de escutá-los para podermos virar uma página. Mas é complicado demais virar a página, e dar de frente com aquela página vazia... O que criar? O que fazer? Essa insegurança do que a vida nos reserva... Será que vou viver um amor como este? Era tudo que eu queria.

Não tenho o direito de pedir ou exigir qualquer coisa... Mas eu tenho o direito de sentir... E sentir me basta. Quero tanto viver os sabores e os dissabores do existir que às vezes não penso no mundo a minha volta. Esqueço que as outras pessoas têm os seus sentimentos, emoções, vida, situações, compromissos, vontades, sonhos, obrigações e desejos. Numa ânsia de viver intensamente, de correr atrás de um tempo perdido (tempo não se recupera, mas talvez as emoções e experiências), de construir novos horizontes... Deixo o óbvio me escapar. Descobri que a vida não tem limites, porém nós temos. Essa complexidade, essa contradição que pode fazer a vida dar voltas pode também nos deixar assim completamente perdidos.

Acredito que fui levado pelas histórias romanescas que ouvi durante a minha vida, o que me fez achar que tudo era possível. Histórias de príncipes e princesas, de amores possíveis e impossíveis. Estou nesse conflito entre fantasia e realidade, do imaginar você ao meu lado com o que tenho hoje: nada.

Não ligue para as minhas loucuras (se amar for loucura...), não ligue para as minhas palavras ou sentimentos. Uma lição que aprendi duramente nesses anos é a superação. E para superar uma situação é necessário aceitar e é o que estou fazendo agora. Aceitando o que eu sinto e te desejando meus singelos e sinceros votos de felicidade.

Quero terminar esse desabafo (é melhor terminar senão eu vou acabar escrevendo mais e mais...) de forma positiva. Não quero terminar em lágrimas e sim em sorriso. Sorriso de quem aprendeu que as perdas e ganhos da vida nada mais são que expressão de um amor muito maior. Um amor que nos liberta e nos faz viver nossos sonhos e frustrações intensamente... O amor pela vida cotidiana, às vezes chata e rotineira, mas que algumas vezes é capaz nos fazer viajar além da imaginária segurança.

Se escrevo tanto é porque assim expresso os meus amores pela vida e seus mistérios, nas entrelinhas e palavras que uso para tecer a minha arte, ora confusa, permeio a minha emoção de ser homem, não homem no masculino e sim homem na espécie. Propício a imperfeição, mas de cultivar sentimentos perfeitos como o amor.

Nas dificuldades da vida, quando você não se sentir capaz ou estiver exausta em desespero. Lembre-se o amor existe para nos fazer forte, mesmo quando estamos fracos. Procure dentro de você as respostas para as perguntas que te afligem. As dúvidas são cruciais para que continuemos em frente, quem não tem pergunta não busca uma resposta, não evolui. E quando a nossa evolução pára, pára também o gosto pela vida e seus mistérios.

Eu fico por aqui, depois desse breve amontoado de palavras que só tem significância para quem compreende assim como eu que sentimentos nos orientam pela vida. São eles que nos faz realmente viver, ora confusos, ora contraditórios, ora sensíveis e impactantes... Viver é aceitar que somos mais que nossas crenças (apesar delas nos limitar) e que a segurança é ilusória (basta alguma mudança para perdemos a tal segurança).

Para te dizer a verdade. Não sei como terminar essa confissão, se com um ponto final ou reticências?

Com respeito e carinho.

Lu