sábado, 27 de agosto de 2011

Reflexão





Mais uma vez sento em frente do PC, olho essa tela branca... Querendo externar todos os meus sentimentos que estão em choque dentro de mim. Precisando colocar para fora e organizar esses anseios e assim aliviar a minha cabeça. Mas aqui, neste instante, a minha cabeça não pára e não sei por onde começar. Pela minha racionalização pobre e fantasiosa ou pela indução dos fatos para a minha melhor conveniência?

Separar realidade e fantasia em dois blocos distintos... Complicado porque há momentos que não sei onde começa a fantasia e onde termina a realidade, os dois blocos se fundem na mais perfeita complexidade. Há outros momentos que fantasia é mais real do que a própria realidade e em outros a recíproca é verdadeira. Mas o que é a verdade? O que eu sinto? O que eu penso? Ou o que interpreto? Mas a verdade está em mim ou nos padrões sociais? Nossa! Quanto mais penso na verdade, mas fico em dúvida... O que é verdade? Será que existe uma verdade absoluta? Ou até mesmo relativa? Esse assunto por mais que penso mais eu aprofundo em retórica...

Decisões... Escolhas... Alternativas... Determinações... Não param de aparecer. Ainda escolho uma profissão que se resume em planejar, organizar, dirigir e controlar. E onde eu encontro a verdade para decidir? Na razão? Na emoção? Nos sonhos? Na realidade? Onde procuro apoiar as minhas decisões para conseguir êxito? Mas para avaliar é preciso mensurar, é preciso parâmetros... Que parâmetros são esses? E quem é responsável por esses parâmetros? Dentro destas perguntas me sobra uma observação: por mais que o processo seja analítico o resultado é subjetivo. O que eu quis dizer com isso? Que a verdade absoluta ou relativa de alguma forma passa pela nossa compreensão de mundo. Ou seja, sentimentos e razões, pensamento e interpretações...

Até agora expus uma maneira racional de questionar a vida. É filosofia? Pode ser... Voltando ao foco, o que estou aqui querendo dizer que há momentos que algumas decisões nos atormentam. Principalmente, quando tudo indica que você tem que tomar um caminho... Mas não era esse o meu desejo... Difícil! Quero insistir, mas tenho que desistir. Será que tenho mesmo? Insistir ou desistir? Ou talvez seja só mais um drama na vida de um exagerado... Sim, assumo que sou extremista... Ou tudo ou nada... Não consigo ficar em um meio termo, juro que tento. Meu objetivo é buscar um equilíbrio. Um dia quem sabe eu chego lá!

Lendo o que eu escrevi de forma racional, vejo presente muito o meu lado emocional. Basta olhar as entrelinhas... Juro que eu queria escrever algo totalmente racional, mas não deu. É mais uma vez percebo que não há como separar emoção e razão. E como é que faz então? Como colocar em ordem esse turbilhão de coisas que estão na minha cabeça?

Essa confusão gera certa instabilidade. Mas quando a vida é realmente estável? Passado, presente e futuro são faces de uma mesma persona. Conflitos, ideais e costumes fazem parte de uma personalidade instável e individual. Somos capazes de ir muito mais além do que acreditamos. As nossas limitações surgem quando esperamos mais do que podemos fazer e quando nos subestimamos. Como sempre estamos no limite, mas que limite é esse? O limite da nossa compreensão, a vida é muito mais do que podemos imaginar...

Até onde você consegue imaginar?

sábado, 20 de agosto de 2011

Super Herói


Durante a minha infância fui bombardeado com modelos de super herói (enlatados americanos) que tinham superes poderes como: visão de raio X, super força e audição e hiper velocidade, capacidade de voar ou tele transportar, inteligência e raciocínio fora do comum, sem falar da caracterização e diferenciação do uniforme.
Saí da minha infância permeado por esses modelos, acreditando no surrealismo heróico. Pertencente apenas as fantasiosas histórias do universo singular de um garoto. Imaginando como seria a realidade se realmente existissem tal personagem (não precisava de uma liga da justiça, apenas um), ou melhor, como seria se eu fosse tal personagem quais seriam os meus poderes?
No meu Processo de crescimento encontrei momentos obscuros e perdas que me ressaltaram à ausência de tais poderes meus ou de outros pessoas que pudessem me auxiliar... De repente, sentia o gosto amargo da decepção. Sentir que a fantasia não fazia parte da minha realidade.
Anos se passaram, experiências foram vividas. E hoje tenho uma concepção de super herói, esse sim fez parte da minha realidade... Me mostrou o verdadeiro valor de super herói. Ao contrário do que imaginei os poderes não estavam nos filmes e histórias da minha infância... O meu herói estava ao meu lado em todos os momentos importantes da minha infância.
O meu herói foi e é o meu pai... Ele que me deu uma referencia, valores, ideais que me permitiram seguir meu caminho... Hoje entendo bem como essa referencia me ajudou nas minhas escolhas, mesmo sabendo que elas dependem de mim... Algo permite que eu olhe para o seu exemplo e percebo que estou caminhando conforme eu aprendi... Com meus valores e ideais como estandarte!  
Diante o meu caminho encontrei vários motivos, influências, desvios, tentações para mudar de rumo, mas mantive no meu caminho porque comigo eu levava o seu exemplo. Valores como caráter, honestidade, determinação e amor ao próximo, na atual conjuntura do país parece algo impossível... Bastar olhar os noticiários repletos de corrupção, de crimes e violência gratuita. Mas nesse mesmo país encontrasse espaço para uma vida digna... Não perfeita, mas que as pessoas paguem o preço (justo) pelas suas escolhas.
Encontrei momentos obscuros que por mais que me assombrassem, não desviei. Encontrei promessas e grandes oportunidades (sedução) de viver uma vida mais feliz, não iludi. Encontrei falsos amigos e companheiros, não acreditei. Soluções mágicas e caminhos meteóricos e preferi a minha longa e tortuosa estrada... De passo em passo, procurando evoluir sempre, às vezes sem paciência, às vezes imediatista, às vezes sem entender, às vezes até descrente... Nesse momento me vale os valores, o exemplo... Me trazem de novo para a minha caminhada.
Mesmo dentro da sua imperfeição, meu pai, me mostrou a superação. A vontade de construir, a importância da família, a superação, a devoção aos seus entes, o bom humor, a alegria, a seriedade, o carinho, o respeito e claro o cruzeiro (amor hereditário!).
Só a maturidade para vermos o amor incondicional que ele me dava... Me apoiava em todas as minhas idéias. Quando cismei em ser jogador de futebol, me levou para o campo, me deu uma chuteira e quando dava ia me ver. Me recordo dele ao lado do alambrado me vendo jogar. Depois cismei com skate e lá tava o skate. Cismei com basquete e lá estava a bola. Cismei com Tae Know Do e lá estava eu. Até me recordo do que ele me disse quando eu resolvi parar... Filhão, se você quiser parar tudo bem mas quando a gente escolhe uma coisa tem que ir até o fim. Sai. Mas anos depois estou aqui novamente só que ao invés do Tae Know Do, agora é Krav Maga. Sem falar das aulas de direção e das idas ao Mineirão. Entre outras. Só uma vez que ele não me apoiou, mas hoje vejo com razão, o que um garoto de 8 anos ia fazer com um arco e flecha?
Recordo-me da sua presença nos momentos de dúvidas e incertezas, de alegria e celebração. A sua presença era confortante, sabia que ali eu estava seguro. Mesmo sabendo que ele tinha seus problemas, suas falhas, suas dificuldades. Mas com ele eu me sentia protegido. Me ensinou a importância da educação, de tratar as pessoas com respeito e me impor quando preciso. Ele só não me amou mais do que eu o amei... apesar de algumas vezes não dizer...
Infelizmente, não o tive ao meu lado quando mais precisei... Justamente quando ele partiu... E a sua ausência me dói até hoje, mas seu exemplo e valores estão sempre comigo. Hoje percebo que o amor é assim... Inexplicável... Incondicional... Surreal... Emocional... Irracional...