Olho para o infinito e límpido céu azul mas só enxergo nuvens carregadas. Ao invés de contemplar o dia maravilhoso, corro para esconder da tempestade mesmo sabendo que as nuvens são fruto da minha imaginação, mesmo consciente que não vai cair um pingo. Prefiro a cautela afinal como a canja de galinha não faz mal a ninguém.
Hoje tenho dúvidas se a cautela ou a canja não fazem mal... Assim como eu, você já experimentou momentos de dúvidas e incertezas que de alguma forma tiraram a cor do instante, na procura pela segurança perderam várias oportunidades de contemplar o colorido todo especial que a vida nos presenteia.
Quem não suplica uma segunda chance no fundo do seu íntimo, uma oportunidade para mostrar sem ressalvas quem você realmente é. Muitas vezes a cautela faz a gente perder o trem do destino, o medo de perder nos fazendo perder! Um sorriso, uma vitória, uma alegria, uma conquista se desfez pela cautela, pelo excesso de cuidado ou pelo zelo.
É estranho você perceber que a cautela faz mal e muito mal. Por mais que você se arrebente de cabeça, sempre terá o prazer da aventura. Ser comedido é aceitar uma limitação ilusória ou aceitar uma derrota antes de começar o embate. O importante é participar, às vezes podemos sair derrotados mas sempre querendo sentir o sabor da vitória.
Às vezes entramos em um ciclo vicioso que nos suga por completo, nos leva a força, a confiança e a fé. Nos deixando presos em um emaranhado de conflitos e incertezas provenientes da cautela e do zelo conosco mesmo. Então a sua defesa é se negar a viver? Aceitar ser telespectador se você pode ser protagonista? Por que aceitar pouco se você pode muito mais? Para que buscar um defeito num lindo pôr-do-sol?
O segredo é aceitar a maravilha da imperfeição. A imperfeição da vida e da nossa condição humana, que na verdade é o tempero da vida! Ela que nos movimenta e que nos faz querer ser melhor, através dos erros podemos nos preparar para uma segunda chance, mesmo quando essa segunda chance pode ser a primeira.
Para evitar confusão no entendimento, quando falo que uma segunda chance pode ser a primeira. Quero dizer que as experiências vividas podem ser usadas também numa primeira chance! Mas não importa qual é essa chance, se a primeira ou segunda ou milésima... entre de cabeça, não se esconda atrás da cautela.
E aí ainda acha que cautela e canja de galinha não fazem mal?