quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Viver uma escolha


Estou aqui olhando a tela do computador, enquanto meus pensamentos vagueiam sem ordem ou interesse. Tão despretensioso e inocente que eu nem imagino do que se trata. Nem me preocupo. Deixo os meus dedos caçaram as letras e aos poucos colocando todo esse pensar aparecer e tomar formato diante de mim. Palavras surgem aos poucos, à medida que meus pensamentos encontram contorno para serem descritas. Emoções pedindo para vir à tona, não querem mais viver no submundo de minha consciência. Querem finalmente ser aceitas e sentidas com a naturalidade do viver. Realmente o viver é mais simples do que realmente gostaríamos que fosse...

A nossa velha mania de complicar as coisas. De procurar algo por de trás, como se a simplicidade não bastasse. Uma segunda, terceira ou quem sabe uma quarta intenção. Em busca da verdade dilaceramos o direto da simplicidade de ser como é. Mas que verdade? A verdade absoluta e incontestável. Única. Inquestionável. Existe? Como podemos ter uma verdade absoluta se tudo que vemos e interpretamos leva o nosso subjetivo? As nossas emoções, sensações e nosso valores? Como encontrar a rigidez dentro de tantos ingredientes heterogêneos?

Interpretações, subjetividades, emoções, desejos... Como conseguir separar esses fatores da nossa análise? Ah, simples. Use o senso crítico. Mas quais são as bases que usamos para criticar? Interpretações, subjetividades, emoções, desejos... Sem falar que achamos no direito de criticar a todos a nossa volta, mas que todos não podem nos criticar... O que nos fazem melhor para usarmos tamanha injustiça? Até mesmo o que fazem os outros melhores para nos criticar? O melhor é não criticar. É aprender que todos têm o direito e a responsabilidade de viver como quiser basta arcar com suas consequências.

Acredito cada vez mais que dentro de todas as leis que existem, uma se ressalta! E é a mais importante. A lei da ação e reação. Tudo que fazemos tem uma reação. A reação é o resultado das nossas ações. E como tem sido os seus resultados diante à vida? Se encontra insatisfeito? Reveja as suas ações... Críticas geram críticas e gentilezas geram gentilezas... Mudanças são necessárias para encontrarmos o nosso rumo diante à viagem da vida.

Você pode fazer dessa viagem algo especial e interessante ou pode fazer dela maçante e chata. Depende de você. Já dizia Henry Ford: “se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer maneira você está certo.” Se acreditar que a vigem é especial usará os empecilhos como desafios e vai buscar a superação e o crescimento. Agora se acha que não vale a pena, qualquer empecilho é motivo para estagnação e frustração.

O dia será sempre o mesmo, o que muda é usa forma de avalia-lo. Temos 24 horas para vivermos nossas escolhas. Se você não escolhe quem escolhe por você? Aceite a sua responsabilidade de viver e não deixe as críticas alheias interfiram na sua visão de mundo. Nos seus desejos e emoções. Esteja errado para os outros, mas não esteja errado para você. Crescer é aceitar que você é uma pessoa independente e capaz de viver ao seu modo. Melhor ser um incompreendido que vive intensamente suas emoções do que ser um compreendido que reprime seus sentimentos para viver a mediocridade.

Viver é escolha, então escolha viver!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Hoje


Há momentos da nossa vida que deparamos com a sensação de inutilidade. Não estou falando de me sentir incapaz ou de me sentir pequeno... E sim daquele momento em que você buscou a sua vida inteira, se preparou e resguardou o seu melhor, além de estar disposto a pagar o preço que for por esse momento, esses sentimentos e emoções e mesmo assim a felicidade tão próxima se parece ainda mais distante. Triste é olhar esse momento como se nada pudesse ser feito. Por mais que eu pense, busque só chego ao limiar de um sonho desfeito... Talvez o sonho mais importante da minha vida. Mas não quero desistir, quero continuar. Continuar como? Desistir? Renunciar? Recusar? Seja o nome que se possa dar a essa esquisita sensação de recuar...

Olho a vida com olhos diferentes desta vez... Consigo ver. Mas não com tanta nitidez. Talvez as lágrimas que se acumulam nos meus olhos deixem a minha visão tão turva. Lágrimas que tento escurar para não demonstrar o meu real sentimento. Dor. Dor. Dor. Olho a minha face no espelho tentando ver aquele brilho de vida. Mas por hoje, ele não está lá... Me falta... A vida não deixou de fazer sentido, nem se tornou impossível. Mas hoje não quero sentido, quero apenas sentir... Sentir humano, incapaz de expor meus sentimentos, vivendo a inconstância do sentir, a complexidade e a contrariedade de estar vivo.

Procuro. Procuro sem parar caminhos para realizar meus sonhos e não vai ser porque o dia hoje está fechado que não continuar em frente. Só porque o dia está nublado, as estrelas deixaram de existir. Haverá sempre um novo amanhã... Por enquanto, aceito a minha condição humana e aceito a decepção de um sonho não realizado. Aceito esse turbilhão de sensações que me fazem perceber que algo não está bem comigo, é preciso mudar o curso e voltar ao meu caminho.

A estrada da vida às vezes se mostra tão difícil e tão árdua. Não pelos problemas. Mas por não lidarmos bem com os nossos sentimentos. Criamos pesos e fardos para os nossos sentimentos. Usamos a culpa, a incerteza e o medo para não nos darmos o direito de sentir, como se sentir fosse errado. Errado é acreditar que poderemos ser felizes sem sentir... A relatividade da vida, a subjetividade do sentido está diretamente ligada as nossas emoções.

As mesmas emoções que hoje fazem o sol por mais que brilhe se apague no horizonte, é a mesma que me ilumina diante da escuridão. O sentido hoje está confuso. Não nego. Mas reencontrarei nos meus próprios sentimentos o meu caminho. Vida que se segue, continua seu curso mesmo contra a nossa vontade.

O maior erro é silenciar os nossos sentimentos. Mesmo os mais óbvios tem o direito de virem à tona. Para que sufocar? Tentar esconder o que é legítimo, verdadeiro? Eles não vão deixar de existir assim. Serão apenas motivos de arrependimentos e dúvidas inquietando o espírito.

Mesmo triste não deixo de ser feliz por estar vivo.



sábado, 27 de agosto de 2011

Reflexão





Mais uma vez sento em frente do PC, olho essa tela branca... Querendo externar todos os meus sentimentos que estão em choque dentro de mim. Precisando colocar para fora e organizar esses anseios e assim aliviar a minha cabeça. Mas aqui, neste instante, a minha cabeça não pára e não sei por onde começar. Pela minha racionalização pobre e fantasiosa ou pela indução dos fatos para a minha melhor conveniência?

Separar realidade e fantasia em dois blocos distintos... Complicado porque há momentos que não sei onde começa a fantasia e onde termina a realidade, os dois blocos se fundem na mais perfeita complexidade. Há outros momentos que fantasia é mais real do que a própria realidade e em outros a recíproca é verdadeira. Mas o que é a verdade? O que eu sinto? O que eu penso? Ou o que interpreto? Mas a verdade está em mim ou nos padrões sociais? Nossa! Quanto mais penso na verdade, mas fico em dúvida... O que é verdade? Será que existe uma verdade absoluta? Ou até mesmo relativa? Esse assunto por mais que penso mais eu aprofundo em retórica...

Decisões... Escolhas... Alternativas... Determinações... Não param de aparecer. Ainda escolho uma profissão que se resume em planejar, organizar, dirigir e controlar. E onde eu encontro a verdade para decidir? Na razão? Na emoção? Nos sonhos? Na realidade? Onde procuro apoiar as minhas decisões para conseguir êxito? Mas para avaliar é preciso mensurar, é preciso parâmetros... Que parâmetros são esses? E quem é responsável por esses parâmetros? Dentro destas perguntas me sobra uma observação: por mais que o processo seja analítico o resultado é subjetivo. O que eu quis dizer com isso? Que a verdade absoluta ou relativa de alguma forma passa pela nossa compreensão de mundo. Ou seja, sentimentos e razões, pensamento e interpretações...

Até agora expus uma maneira racional de questionar a vida. É filosofia? Pode ser... Voltando ao foco, o que estou aqui querendo dizer que há momentos que algumas decisões nos atormentam. Principalmente, quando tudo indica que você tem que tomar um caminho... Mas não era esse o meu desejo... Difícil! Quero insistir, mas tenho que desistir. Será que tenho mesmo? Insistir ou desistir? Ou talvez seja só mais um drama na vida de um exagerado... Sim, assumo que sou extremista... Ou tudo ou nada... Não consigo ficar em um meio termo, juro que tento. Meu objetivo é buscar um equilíbrio. Um dia quem sabe eu chego lá!

Lendo o que eu escrevi de forma racional, vejo presente muito o meu lado emocional. Basta olhar as entrelinhas... Juro que eu queria escrever algo totalmente racional, mas não deu. É mais uma vez percebo que não há como separar emoção e razão. E como é que faz então? Como colocar em ordem esse turbilhão de coisas que estão na minha cabeça?

Essa confusão gera certa instabilidade. Mas quando a vida é realmente estável? Passado, presente e futuro são faces de uma mesma persona. Conflitos, ideais e costumes fazem parte de uma personalidade instável e individual. Somos capazes de ir muito mais além do que acreditamos. As nossas limitações surgem quando esperamos mais do que podemos fazer e quando nos subestimamos. Como sempre estamos no limite, mas que limite é esse? O limite da nossa compreensão, a vida é muito mais do que podemos imaginar...

Até onde você consegue imaginar?

sábado, 20 de agosto de 2011

Super Herói


Durante a minha infância fui bombardeado com modelos de super herói (enlatados americanos) que tinham superes poderes como: visão de raio X, super força e audição e hiper velocidade, capacidade de voar ou tele transportar, inteligência e raciocínio fora do comum, sem falar da caracterização e diferenciação do uniforme.
Saí da minha infância permeado por esses modelos, acreditando no surrealismo heróico. Pertencente apenas as fantasiosas histórias do universo singular de um garoto. Imaginando como seria a realidade se realmente existissem tal personagem (não precisava de uma liga da justiça, apenas um), ou melhor, como seria se eu fosse tal personagem quais seriam os meus poderes?
No meu Processo de crescimento encontrei momentos obscuros e perdas que me ressaltaram à ausência de tais poderes meus ou de outros pessoas que pudessem me auxiliar... De repente, sentia o gosto amargo da decepção. Sentir que a fantasia não fazia parte da minha realidade.
Anos se passaram, experiências foram vividas. E hoje tenho uma concepção de super herói, esse sim fez parte da minha realidade... Me mostrou o verdadeiro valor de super herói. Ao contrário do que imaginei os poderes não estavam nos filmes e histórias da minha infância... O meu herói estava ao meu lado em todos os momentos importantes da minha infância.
O meu herói foi e é o meu pai... Ele que me deu uma referencia, valores, ideais que me permitiram seguir meu caminho... Hoje entendo bem como essa referencia me ajudou nas minhas escolhas, mesmo sabendo que elas dependem de mim... Algo permite que eu olhe para o seu exemplo e percebo que estou caminhando conforme eu aprendi... Com meus valores e ideais como estandarte!  
Diante o meu caminho encontrei vários motivos, influências, desvios, tentações para mudar de rumo, mas mantive no meu caminho porque comigo eu levava o seu exemplo. Valores como caráter, honestidade, determinação e amor ao próximo, na atual conjuntura do país parece algo impossível... Bastar olhar os noticiários repletos de corrupção, de crimes e violência gratuita. Mas nesse mesmo país encontrasse espaço para uma vida digna... Não perfeita, mas que as pessoas paguem o preço (justo) pelas suas escolhas.
Encontrei momentos obscuros que por mais que me assombrassem, não desviei. Encontrei promessas e grandes oportunidades (sedução) de viver uma vida mais feliz, não iludi. Encontrei falsos amigos e companheiros, não acreditei. Soluções mágicas e caminhos meteóricos e preferi a minha longa e tortuosa estrada... De passo em passo, procurando evoluir sempre, às vezes sem paciência, às vezes imediatista, às vezes sem entender, às vezes até descrente... Nesse momento me vale os valores, o exemplo... Me trazem de novo para a minha caminhada.
Mesmo dentro da sua imperfeição, meu pai, me mostrou a superação. A vontade de construir, a importância da família, a superação, a devoção aos seus entes, o bom humor, a alegria, a seriedade, o carinho, o respeito e claro o cruzeiro (amor hereditário!).
Só a maturidade para vermos o amor incondicional que ele me dava... Me apoiava em todas as minhas idéias. Quando cismei em ser jogador de futebol, me levou para o campo, me deu uma chuteira e quando dava ia me ver. Me recordo dele ao lado do alambrado me vendo jogar. Depois cismei com skate e lá tava o skate. Cismei com basquete e lá estava a bola. Cismei com Tae Know Do e lá estava eu. Até me recordo do que ele me disse quando eu resolvi parar... Filhão, se você quiser parar tudo bem mas quando a gente escolhe uma coisa tem que ir até o fim. Sai. Mas anos depois estou aqui novamente só que ao invés do Tae Know Do, agora é Krav Maga. Sem falar das aulas de direção e das idas ao Mineirão. Entre outras. Só uma vez que ele não me apoiou, mas hoje vejo com razão, o que um garoto de 8 anos ia fazer com um arco e flecha?
Recordo-me da sua presença nos momentos de dúvidas e incertezas, de alegria e celebração. A sua presença era confortante, sabia que ali eu estava seguro. Mesmo sabendo que ele tinha seus problemas, suas falhas, suas dificuldades. Mas com ele eu me sentia protegido. Me ensinou a importância da educação, de tratar as pessoas com respeito e me impor quando preciso. Ele só não me amou mais do que eu o amei... apesar de algumas vezes não dizer...
Infelizmente, não o tive ao meu lado quando mais precisei... Justamente quando ele partiu... E a sua ausência me dói até hoje, mas seu exemplo e valores estão sempre comigo. Hoje percebo que o amor é assim... Inexplicável... Incondicional... Surreal... Emocional... Irracional...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Angústia


O dia está lindo, apesar do frio, o sol se faz presente deixando o céu azul e iluminado. Mas eu consigo perceber a beleza deste momento? Não! A angústia não me deixa ver mais nada... Só consigo pensar, pensar, pensar... Será que vai dar certo? Será que vai dar errado? Dúvidas, incertezas, suposições... Não consigo viver o meu presente, sem questionar, sem esperar, sem imaginar todas as possibilidades.

Me preparo para um sim ou para um não. Fogos já estão em seus devidos lugares para comemorar o sim, e lágrimas apostos para um triste fim. Afinal na vida, estamos sempre entre ganhar ou perder. Acredito que ninguém goste de perder, mas como ganhar sem arriscar? Estou me arriscando de uma forma que eu nunca fiz antes, mas preparado. Nunca tive tão certo. Se quebrar a cara, quebro com a certeza de que tentei. Nunca tive tão certo do que eu quero.

Enquanto me preparo, sinto um gosto de euforia com uma pitada de decepção. E a medida que o tempo passa a euforia diminui e a decepção aumenta, e a ansiedade? Essa maltrata, me deixa tenso, não permite que eu me sinta relaxado... Que eu possa contemplar o dia com a sua beleza singular, não permita que mude o foco e sinta a brisa, o cheiro, o sabor que o dia tem a me proporcionar.

O sim e o não martelam a minha cabeça com tanta intensidade que não consigo parar de pensar, a imaginação não me abandona me mostrando o que poderia ser de bom ou ruim nessa história e eu ainda cativo observando tudo. Dúvidas e certezas pipocam, ganham força e me confundem. Não sei esperar. Quero muito uma resposta. Um sim ou até um não é melhor do que ficar assim... sem resposta... na incerteza de um novo amanhã, de um texto sem final.

Não quero deixar nada em aberto. Meu coração clama, minha alma pede, meu desejo exige e nada... fico mais uma vez, sem saber. Se choro ou se festejo. Eu quero viver uma emoção independente do resultado, quero sentir vivo. Para continuar uma história ou até mesmo refazê-la. Não dá mais é para esperar que algo aconteça. Triste é ficar esperando algo que não virá! Anos, dias, horas, minutos tem a mesma intensidade quando se espera...

Tento concentrar em outra coisa, afinal a vida é cheia de possibilidades. Cada dia temos a oportunidade de escrever um novo capítulo da nossa história, mas eu tenho outra inspiração a não ser com a mocinha da minha história. Quem mandou também contemplar aqueles olhos brilhantes que não saem da minha cabeça? Naquele momento todas as minhas dúvidas sumiram e me ficou uma certeza... de fazer aqueles olhos brilharem ainda mais!

Mas do que adianta querer? Do que adianta pensar? Sem uma resposta...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

E se?


Esses dias fiz uma viagem pelo meu passado, entre lembranças e recordações me veio uma indagação, uma pergunta, uma reflexão: E se... E se a minha vida tivesse tomado outro rumo? E se não tivesse tudo perdas pelo caminho? E se tivesse coragem para dizer o que eu sentia? E se tivesse ouvido menos a razão e mais a emoção? E se tivesse dado mais atenção aos pequenos instantes? E se tivesse esperado menos ou até mais?
Será que realmente teria outros resultados? Será que teria seguido outros caminhos? Desejo, querer, estima, amor, paixão, valorização... Seriam ingredientes mais presentes?  Como realmente eu gostaria que fosse, ou melhor já é algo que valorizo ou gostaria de valorizar...
Viajei para encontrar razões, certezas... e volto com mais dúvidas! Mas pelo menos com uma certeza: de ser humano! Passível de todos os sentimentos existentes. Com a certeza de toda razão existente sou a cada dia mais passional. Que o fogo da vida me consome com uma voracidade incontrolável. De um descontrole até controlável apesar de questionável e ainda por cima intransferível, de sonhos acordados e realidades fantasiosas...
Nesse vai e vem de razões e  contradições fazemos inúmeras deduções de como poderíamos ter vivido ou aproveitado mais as nossas oportunidades, sem violar a nossa integridade e nossa dignidade. Mas do que adianta questionar? A certeza de que poderíamos ter feito diferente contrasta com a dúvida de como fazermos diferente hoje. Achar soluções para um passado é tão eficiente quanto sentar e ver a vida passar...
Pergunto! E se? Porque é mais fácil do que correr atrás de um tempo perdido. É mais confortante imaginar que tudo poderia ser diferente. Do que correr atrás para diminuir a distancia da realidade com o desejo, principalmente quando envolve os meus sentimentos e de outra pessoa. Não tenho direito, depois de anos de ausência, de reivindicar nada, mas não posso deixar morrer um sentimento que em mim transborda? Algo tão puro e tão forte que às vezes me assusta.
O que eu faço? Vivo esse sentimento ou sufoco até parar de existir? O que é melhor para mim e o que é melhor para ela? E para ambos? Perguntas, perguntas e nada de respostas! A única coisa que tenho certeza é que não quero ficar só na fantasia, não sei quando poderei sentir isso novamente... mas o que fazer? Parece simples, mas é complicado. Mas temos que fazer o que tem que ser feito e dizer o que tem que ser dito... ao menos uma vez!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quem inventou o amor me explica, por favor


É! Essa frase é conhecida, na verdade é mais que uma frase, é uma melodia! Vem de uma música com o mesmo nome e pertence à Legião Urbana. Resolvi usar como inspiração e ponto de partida. Qual o assunto mais falado, discutido, evocado, dramatizado ou até mesmo balbuciado? E que apresenta inúmeras definições e ao mesmo tempo não existe definição alguma? Que vive no conflito entre razão e emoção? Amor palavra tão simples para um sentimento tão complexo! É famosa dicotomia da vida...

Essa confusão de definições só mostra a importância da singularidade e da autonomia das pessoas dentro de uma relação. Explico: o amor é, na minha opinião, subjetiva! Cada um tem para si o seu próprio significado do que é o amor. Ou seja, podemos encontrar numa relação duas visões diferentes, que podem até ser antagônica. E por que a importância da singularidade e da autonomia? Porque temos que respeitar os nossos valores e nossas crenças, sem desrespeitar a outra pessoa.

Mas vou voltar um pouquinho... O amor tem muitos significados como afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. Ou seja, conforme as suas preferencias a pessoa estabelece subjetivamente o que é amor. Então quem inventou o amor? Acredito que todos nós dentro das nossas fantasias e anseios. Como cobrar amor que nos é subjetivo de outra pessoa que não seja nós mesmos?

Sem contar que muitas pessoas confudem o que é amor, com posse. Pessoas que tentam modificar as outras pessoas para que elas caibam dentro dos moldes do seu amor perfeito! Aquele amor criando na sua fantasia, acreditando que a pessoa tem que atender essas expectativas. Esperar que o outro atenda as suas expectativas é a maior fonte de frustração.

Cobrar atitudes, palavras, demonstrações, comportamentos é forçar uma situação desconfortável que pode gerar até antipatia. Porque acredito que amor sincero é natural, não precisa forçar a barra. Do que adianta a pessoa dizer que ama se não é sincero? Mas tem gente que tenta arrancar um eu te amo da outra pessoa de qualquer maneira. Usam de desculpa a necessidade de segurança para invadir, intrometer, pressionar e até forçar uma ação.

As vezes, fico pensando. Que segurança é essa que tanto procuram? Já que os sentimentos, assim como a própria vida está sujeita às mudanças, alterações e transformações. A vida é um ciclo sujeita a começos, fins e recomeços. O que importa é que mesmo com a dor e a desilusão de fim de um relacionamento, estamos sempre pronto para um novo recomeço! Para que acelerar o fim, se podemos aproveitar o momento?

Acredito que amor é respeitar o espaço da outra pessoa, as suas escolhas e crenças. Podemos compartilhar nossos pensamentos e pontos de vistas, e não decretarmos como verdade absoluta. A outra pessoa tem o seu jeito especial de amar, que só vai aparecer quando se tem espaço. Podemos aprender muito com a outra pessoa, mas sempre teremos nós como referencia do que é bom. Se um dia escutar que o amor suporta tudo, pense. Amar é sofrer? Acredito que não. Amar é estar bem acompanhado e ao mesmo tempo bem sozinho, porque acredito que quem não consegue ser feliz sozinho não será feliz de jeito nenhum.

Já tive relacionamentos que encontrei muitas imposições, dificuldades e barreiras que eu acreditei que um dia ia superar. Que se insistisse esses momentos tortuosos iriam passar e finalmente iria encontrar a felicidade de um amor tranquilo. Mas nadei por mares de paixão, enfrentei tornardos de ciumes, fui levado por ventanias de inseguranças, enxarcado pelas brisas de dor, seduzido pelos perfumes do prazer e iludido com as promessas romanticas. Apesar de tudo isso acredito no amor. É acredito! No amor puro, simples e sincero!

Defino a perfeição do amor, na sua imperfeição. Amor sem obrigação de ser amor.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Interesse

Estou aqui olhando esse espaço em branco, imaginando quais os sentimentos aqui, no meu peito, se fazem presentes e quais externarei para marcar essa página. O que realmente eu quero dizer? Será que eu quero dizer algo? Se não, por que então sinto essa vontade de escrever? Não é vontade, é necessidade! Necessidade de colocar para fora inúmeras sensações que afligem meu pensar, meu querer e o meu gostar da vida.

É difícil aceitar que essa falta que me assola, se faz tão presente! Batalhei muito para chegar até aqui, passei por obstáculos, me superei, conquistei muitas coisas e de repente sinto que ainda me falta muita coisa. Fico feliz por ter chegado aqui, mas é como se ainda tivesse muito ainda para fazer. Mas fazer o que? Seguir por onde? Será que tenho que persistir nesse caminho ou é hora de me reinventar?

A única coisa que tenho certeza que cheguei naquele momento da minha vida em que eu tenho que escolher um caminho, não dá mais para deixar a vida me guiar... Ela me trouxe até aqui e agora é a minha vez de caminhar. Por que deixamos a insegurança invadir nosso ser? Agora é escolher e pronto! Mas e as consequencias? Não escolher também tem as suas consequencias! Não dá pra ficar parado, esperando as respostas caírem do céu...

Nunca me senti tão bem e mesmo assim deixo o medo do fracasso e da solidão impedir de aceitar a minha escolha, é realmente a escolha já foi tomada. Mas por que então eu não assumo? Qual a dificuldade em ser apenas o que sou? Chega de expectativas infundadas e inúteis... Pessoas que não imaginam o que acontece aqui dentro, querendo me dizer como eu devo me portar ou viver a minha vida! Não procuro o jeito certo de viver e sim o meu jeito de viver a vida.

Sou livre para viver a vida como eu quiser, arcando com todas as consequencias de ser livre. É engraçado dizer isso, mas observando o mundo em minha volta, cheguei a uma conclusão: a liberdade não passa de uma utopia. Já ouvi muitas pessoas dizerem que são livres, mas realmente o são? Vivemos em uma sociedade que todo mundo depende de todo mundo, mundo globalizado e sem fronteiras onde as interferências acontecem de todos os lados. Acontece algo na China e sentimos os reflexos aqui, a bolsa quebra e eu que ainda não investi nela pago o pato.

Estamos interligados, sufocados em uma sociedade superficial que quer se mostrar bem sucedida mas não passa de uma sociedade fajuta, falida e falsa. Onde mesmo que você queira dizer não, tem que balançar a cabeça pra dizer sim. Onde você está com vontade de chorar e mostrar um largo sorriso. Mas sempre em troca de alguma coisa, sempre interesse. Maldito interesse, porque as pessoas não podem se aproximarem ou se relacionarem simplesmente para dar mais sentido.

Relacionamentos amorosos permeado por interesse, não no outro. Mas naquilo que o outro pode te proporcionar. Será que a minha visão é apenas ilusão? Será que não existe outro tipo de relação? Só prazer e poder? Será que estamos a mercê do desejo alheio nas nossas capacidades ou nas possibilidades que podemos gerar? E o interesse de mostrar ou provar à sociedade que se é capaz, mas capaz de que? De viver uma conforme alguém diz que deve ser?

Amizades falsas e voláteis que duram menos tempo que a volta do ponteiro grande no relógio. O espaço de tempo necessário para extrair tudo que o “grande” amigo tem a oferecer, e depois simplesmente descarta. Sem a menor cerimônia, sem a menor culpa. Tudo assim simples, urgente e descartável.

Não se constroem mais relações de anos, amizades de infâncias, enfim amizade verdadeira. Pessoas que podemos confiar... para dizer a verdade a palavra confiança anda esquecida. Em quem confiar? Nos amigos que só lembram de você quando precisam? Ou aqueles momentâneos que nunca mais verá?

Não sou inocente, sei que o interesse vai sempre existir. Mas ainda acredito que a pessoa será muito mais do que apenas interesse. Temos muito para compartilhar, para dar e também para receber. Mas uma relação apenas por interesse que futuro tem? Quais os vínculos que podemos criar? Que valores podem ser construídos?

Todo ser humano tem interesse, não podemos negar. Mas podemos deixar o interesse em segundo plano, como se fosse algo que viesse por acréscimo. A disponibilidade de vivermos em conjunto respeitando a nossa individualidade, na troca de valores e favores, e também na sinceridade dos nossos sentimentos podemos transformar relações superficiais e algo muito mais significativo. É o que eu acredito.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Será que faz sentido?



Quem não busca em sua vida um caminho que possa fazer algum sentido. Mas será mesmo que viver faz sentido? Todos os nossos valores que construímos ao longo da nossa vivência são a base para entendermos o que realmente faz sentido para nós. Mas que sentido é esse? O que realmente queremos? O que realmente buscamos?

Fama, dinheiro, sucesso, amigos, romances, viagens, estudos ente outros. É o que realmente faz a vida ter sentido? É uma resposta muito subjetiva, cada um com o seu ponto de vista... Mas de onde nascem essas convicções? São próprias, construídas aos poucos dentro da nossa própria experiência. Não são verdades absolutas, mas são as nossas verdades.

Se estamos aqui para vivermos conforme as nossas verdades, porque insistimos em nos frustrar tentando viver conforme a verdade do outro? Quantas vezes silenciamos nosso coração porque aos olhos do outro isso não é importante? Quantas vezes largamos nossos sonhos para vivermos uma realidade insignificante?

Pior de tudo é que não largamos, não silenciamos e nem aprendemos a viver sob a ótica do outro. Porque a nossa verdade está ali latente, revoltosa e ansiosa... gerando uma pressão incontrolável no nosso interior. Ficamos mais agressivos, menos compreensivos e mais impacientes e por quê? Porque simplesmente não ouvimos a nossa verdade.

Temos que aceitar a diferença de verdades afinal até pessoas que vieram da mesma família e tiveram educação parecida mostram verdades totalmente diferentes e até mesmo opostas. E como lidar com esse universo lotado de verdades? Seja ela absoluta, relativa, primária, secundária, compatível, contrária, imposta, conquistada?

Onde a vida faz sentido nesse contexto? E que sentido tem pra você? Quais significados realmente importam? Onde a vida não faz sentido? E como seria vida sem sentido?

São perguntas que sinceramente terão inúmeras respostas! Mas o que eu quero refletir são algumas situações que insistimos em estar mesmo não pertencendo a nossa verdade. Emprego que não atende as nossas expectativas só por causa de dinheiro, amigos que não nos acrescentam em nada só porque tem influência, relacionamentos frios e distantes só porque um dia foi paixão, escolhas só porque um dia foram felicidade.

Então faz sentido? Estar na companhia de pessoas que não me sinto bem? Ou atrás de coisas que não me permitem a plenitude? Ou em um relacionamento que só sufoca e desgasta? Escolher um caminho que não a nossa verdade? Todas as nossas escolhas tem um preço a se pagar, por mais que pareça irrisório sempre terá seu custo!

Será que faz sentido as pessoas dizerem que em nome do amor execrar seu direito de escolha? Amigos e familiares interferindo na sua vida? Querendo fazer você vê pela visão míope deles, de quem acha que conhece todo o contexto. Vêem apenas uma parte, mas na hora que a coisa aperta você tem que se virar sozinho. Então não quero outros “olhos” quero apenas enxergar com os meus...

Será que faz sentido você escolher pelo os outros? Ou escolher para o outro? Acho que nessa história está tudo trocado, as pessoas querendo se responsabilizar pelas outras para justamente não se responsabilizarem por si próprias. É muito mais fácil tocar na ferida alheia do que a nossa, é mais fácil palpitar as ações dos outros quando a nossa tem que ser certeira...

Viver em comunidade é preciso, mas antes é extremamente importante respeitar a nossa individualidade. Aquela que vai contra os preceitos e situações impostas, aquela que é a chave para que os momentos felizes sejam abundantes, aquela que nos faz achar dentro de momentos difíceis arestas para um sorriso.

Então o que realmente faz sentido?