quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quem inventou o amor me explica, por favor


É! Essa frase é conhecida, na verdade é mais que uma frase, é uma melodia! Vem de uma música com o mesmo nome e pertence à Legião Urbana. Resolvi usar como inspiração e ponto de partida. Qual o assunto mais falado, discutido, evocado, dramatizado ou até mesmo balbuciado? E que apresenta inúmeras definições e ao mesmo tempo não existe definição alguma? Que vive no conflito entre razão e emoção? Amor palavra tão simples para um sentimento tão complexo! É famosa dicotomia da vida...

Essa confusão de definições só mostra a importância da singularidade e da autonomia das pessoas dentro de uma relação. Explico: o amor é, na minha opinião, subjetiva! Cada um tem para si o seu próprio significado do que é o amor. Ou seja, podemos encontrar numa relação duas visões diferentes, que podem até ser antagônica. E por que a importância da singularidade e da autonomia? Porque temos que respeitar os nossos valores e nossas crenças, sem desrespeitar a outra pessoa.

Mas vou voltar um pouquinho... O amor tem muitos significados como afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. Ou seja, conforme as suas preferencias a pessoa estabelece subjetivamente o que é amor. Então quem inventou o amor? Acredito que todos nós dentro das nossas fantasias e anseios. Como cobrar amor que nos é subjetivo de outra pessoa que não seja nós mesmos?

Sem contar que muitas pessoas confudem o que é amor, com posse. Pessoas que tentam modificar as outras pessoas para que elas caibam dentro dos moldes do seu amor perfeito! Aquele amor criando na sua fantasia, acreditando que a pessoa tem que atender essas expectativas. Esperar que o outro atenda as suas expectativas é a maior fonte de frustração.

Cobrar atitudes, palavras, demonstrações, comportamentos é forçar uma situação desconfortável que pode gerar até antipatia. Porque acredito que amor sincero é natural, não precisa forçar a barra. Do que adianta a pessoa dizer que ama se não é sincero? Mas tem gente que tenta arrancar um eu te amo da outra pessoa de qualquer maneira. Usam de desculpa a necessidade de segurança para invadir, intrometer, pressionar e até forçar uma ação.

As vezes, fico pensando. Que segurança é essa que tanto procuram? Já que os sentimentos, assim como a própria vida está sujeita às mudanças, alterações e transformações. A vida é um ciclo sujeita a começos, fins e recomeços. O que importa é que mesmo com a dor e a desilusão de fim de um relacionamento, estamos sempre pronto para um novo recomeço! Para que acelerar o fim, se podemos aproveitar o momento?

Acredito que amor é respeitar o espaço da outra pessoa, as suas escolhas e crenças. Podemos compartilhar nossos pensamentos e pontos de vistas, e não decretarmos como verdade absoluta. A outra pessoa tem o seu jeito especial de amar, que só vai aparecer quando se tem espaço. Podemos aprender muito com a outra pessoa, mas sempre teremos nós como referencia do que é bom. Se um dia escutar que o amor suporta tudo, pense. Amar é sofrer? Acredito que não. Amar é estar bem acompanhado e ao mesmo tempo bem sozinho, porque acredito que quem não consegue ser feliz sozinho não será feliz de jeito nenhum.

Já tive relacionamentos que encontrei muitas imposições, dificuldades e barreiras que eu acreditei que um dia ia superar. Que se insistisse esses momentos tortuosos iriam passar e finalmente iria encontrar a felicidade de um amor tranquilo. Mas nadei por mares de paixão, enfrentei tornardos de ciumes, fui levado por ventanias de inseguranças, enxarcado pelas brisas de dor, seduzido pelos perfumes do prazer e iludido com as promessas romanticas. Apesar de tudo isso acredito no amor. É acredito! No amor puro, simples e sincero!

Defino a perfeição do amor, na sua imperfeição. Amor sem obrigação de ser amor.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Interesse

Estou aqui olhando esse espaço em branco, imaginando quais os sentimentos aqui, no meu peito, se fazem presentes e quais externarei para marcar essa página. O que realmente eu quero dizer? Será que eu quero dizer algo? Se não, por que então sinto essa vontade de escrever? Não é vontade, é necessidade! Necessidade de colocar para fora inúmeras sensações que afligem meu pensar, meu querer e o meu gostar da vida.

É difícil aceitar que essa falta que me assola, se faz tão presente! Batalhei muito para chegar até aqui, passei por obstáculos, me superei, conquistei muitas coisas e de repente sinto que ainda me falta muita coisa. Fico feliz por ter chegado aqui, mas é como se ainda tivesse muito ainda para fazer. Mas fazer o que? Seguir por onde? Será que tenho que persistir nesse caminho ou é hora de me reinventar?

A única coisa que tenho certeza que cheguei naquele momento da minha vida em que eu tenho que escolher um caminho, não dá mais para deixar a vida me guiar... Ela me trouxe até aqui e agora é a minha vez de caminhar. Por que deixamos a insegurança invadir nosso ser? Agora é escolher e pronto! Mas e as consequencias? Não escolher também tem as suas consequencias! Não dá pra ficar parado, esperando as respostas caírem do céu...

Nunca me senti tão bem e mesmo assim deixo o medo do fracasso e da solidão impedir de aceitar a minha escolha, é realmente a escolha já foi tomada. Mas por que então eu não assumo? Qual a dificuldade em ser apenas o que sou? Chega de expectativas infundadas e inúteis... Pessoas que não imaginam o que acontece aqui dentro, querendo me dizer como eu devo me portar ou viver a minha vida! Não procuro o jeito certo de viver e sim o meu jeito de viver a vida.

Sou livre para viver a vida como eu quiser, arcando com todas as consequencias de ser livre. É engraçado dizer isso, mas observando o mundo em minha volta, cheguei a uma conclusão: a liberdade não passa de uma utopia. Já ouvi muitas pessoas dizerem que são livres, mas realmente o são? Vivemos em uma sociedade que todo mundo depende de todo mundo, mundo globalizado e sem fronteiras onde as interferências acontecem de todos os lados. Acontece algo na China e sentimos os reflexos aqui, a bolsa quebra e eu que ainda não investi nela pago o pato.

Estamos interligados, sufocados em uma sociedade superficial que quer se mostrar bem sucedida mas não passa de uma sociedade fajuta, falida e falsa. Onde mesmo que você queira dizer não, tem que balançar a cabeça pra dizer sim. Onde você está com vontade de chorar e mostrar um largo sorriso. Mas sempre em troca de alguma coisa, sempre interesse. Maldito interesse, porque as pessoas não podem se aproximarem ou se relacionarem simplesmente para dar mais sentido.

Relacionamentos amorosos permeado por interesse, não no outro. Mas naquilo que o outro pode te proporcionar. Será que a minha visão é apenas ilusão? Será que não existe outro tipo de relação? Só prazer e poder? Será que estamos a mercê do desejo alheio nas nossas capacidades ou nas possibilidades que podemos gerar? E o interesse de mostrar ou provar à sociedade que se é capaz, mas capaz de que? De viver uma conforme alguém diz que deve ser?

Amizades falsas e voláteis que duram menos tempo que a volta do ponteiro grande no relógio. O espaço de tempo necessário para extrair tudo que o “grande” amigo tem a oferecer, e depois simplesmente descarta. Sem a menor cerimônia, sem a menor culpa. Tudo assim simples, urgente e descartável.

Não se constroem mais relações de anos, amizades de infâncias, enfim amizade verdadeira. Pessoas que podemos confiar... para dizer a verdade a palavra confiança anda esquecida. Em quem confiar? Nos amigos que só lembram de você quando precisam? Ou aqueles momentâneos que nunca mais verá?

Não sou inocente, sei que o interesse vai sempre existir. Mas ainda acredito que a pessoa será muito mais do que apenas interesse. Temos muito para compartilhar, para dar e também para receber. Mas uma relação apenas por interesse que futuro tem? Quais os vínculos que podemos criar? Que valores podem ser construídos?

Todo ser humano tem interesse, não podemos negar. Mas podemos deixar o interesse em segundo plano, como se fosse algo que viesse por acréscimo. A disponibilidade de vivermos em conjunto respeitando a nossa individualidade, na troca de valores e favores, e também na sinceridade dos nossos sentimentos podemos transformar relações superficiais e algo muito mais significativo. É o que eu acredito.