É! Essa frase é conhecida, na verdade é mais que uma frase, é uma melodia! Vem de uma música com o mesmo nome e pertence à Legião Urbana. Resolvi usar como inspiração e ponto de partida. Qual o assunto mais falado, discutido, evocado, dramatizado ou até mesmo balbuciado? E que apresenta inúmeras definições e ao mesmo tempo não existe definição alguma? Que vive no conflito entre razão e emoção? Amor palavra tão simples para um sentimento tão complexo! É famosa dicotomia da vida...
Essa confusão de definições só mostra a importância da singularidade e da autonomia das pessoas dentro de uma relação. Explico: o amor é, na minha opinião, subjetiva! Cada um tem para si o seu próprio significado do que é o amor. Ou seja, podemos encontrar numa relação duas visões diferentes, que podem até ser antagônica. E por que a importância da singularidade e da autonomia? Porque temos que respeitar os nossos valores e nossas crenças, sem desrespeitar a outra pessoa.
Mas vou voltar um pouquinho... O amor tem muitos significados como afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. Ou seja, conforme as suas preferencias a pessoa estabelece subjetivamente o que é amor. Então quem inventou o amor? Acredito que todos nós dentro das nossas fantasias e anseios. Como cobrar amor que nos é subjetivo de outra pessoa que não seja nós mesmos?
Sem contar que muitas pessoas confudem o que é amor, com posse. Pessoas que tentam modificar as outras pessoas para que elas caibam dentro dos moldes do seu amor perfeito! Aquele amor criando na sua fantasia, acreditando que a pessoa tem que atender essas expectativas. Esperar que o outro atenda as suas expectativas é a maior fonte de frustração.
Cobrar atitudes, palavras, demonstrações, comportamentos é forçar uma situação desconfortável que pode gerar até antipatia. Porque acredito que amor sincero é natural, não precisa forçar a barra. Do que adianta a pessoa dizer que ama se não é sincero? Mas tem gente que tenta arrancar um eu te amo da outra pessoa de qualquer maneira. Usam de desculpa a necessidade de segurança para invadir, intrometer, pressionar e até forçar uma ação.
As vezes, fico pensando. Que segurança é essa que tanto procuram? Já que os sentimentos, assim como a própria vida está sujeita às mudanças, alterações e transformações. A vida é um ciclo sujeita a começos, fins e recomeços. O que importa é que mesmo com a dor e a desilusão de fim de um relacionamento, estamos sempre pronto para um novo recomeço! Para que acelerar o fim, se podemos aproveitar o momento?
Acredito que amor é respeitar o espaço da outra pessoa, as suas escolhas e crenças. Podemos compartilhar nossos pensamentos e pontos de vistas, e não decretarmos como verdade absoluta. A outra pessoa tem o seu jeito especial de amar, que só vai aparecer quando se tem espaço. Podemos aprender muito com a outra pessoa, mas sempre teremos nós como referencia do que é bom. Se um dia escutar que o amor suporta tudo, pense. Amar é sofrer? Acredito que não. Amar é estar bem acompanhado e ao mesmo tempo bem sozinho, porque acredito que quem não consegue ser feliz sozinho não será feliz de jeito nenhum.
Já tive relacionamentos que encontrei muitas imposições, dificuldades e barreiras que eu acreditei que um dia ia superar. Que se insistisse esses momentos tortuosos iriam passar e finalmente iria encontrar a felicidade de um amor tranquilo. Mas nadei por mares de paixão, enfrentei tornardos de ciumes, fui levado por ventanias de inseguranças, enxarcado pelas brisas de dor, seduzido pelos perfumes do prazer e iludido com as promessas romanticas. Apesar de tudo isso acredito no amor. É acredito! No amor puro, simples e sincero!
Defino a perfeição do amor, na sua imperfeição. Amor sem obrigação de ser amor.